Finalmente Resident Evil 9
- Eduardo de Assis
- 9 de jun.
- 3 min de leitura
Em um piscar de olhos voltamos a Raccoon City

Mais uma vez, a Capcom brincou com as nossas expectativas em um evento de anúncios de jogos — desta vez, durante o Summer Game Fest de 2025. Em três momentos distintos, a empresa fez pequenos anúncios relacionados à franquia Resident Evil.
No primeiro momento, durante a transmissão, Maggie Robertson — atriz vencedora do TGA por sua performance como Lady Dimitrescu em Resident Evil Village — apareceu em um comercial anunciando uma campanha de promoções da franquia. Uma ação comum nesses eventos, mas até então, nada de novo havia sido revelado.
Em seguida, a atriz voltou a aparecer após um compilado de cenas de jogos da série, com destaque para momentos em Raccoon City. Nesse segundo comercial, ela canta “Parabéns pra você” e faz um brinde com Jun Takeuchi, produtor executivo da franquia. Em sua fala, o produtor agradece o apoio dos fãs e menciona que Resident Evil está prestes a completar 30 anos em março de 2026, além de pedir que o público “espere mais um pouco” — talvez “em mais uma piscada de olhos” o novo jogo estaria pronto para ser revelado.
Com isso, o produtor esfriou qualquer expectativa de um trailer ou anúncio mais substancial durante o evento.

Mas, como já virou tradição, tudo não passava de uma grande pegadinha. O anúncio de fato veio “em um piscar de olhos”, como o último trailer da apresentação, revelando o título e a data de lançamento: Resident Evil: Requiem, com estreia marcada para 27 de fevereiro de 2026.
Essa tradição de “enganar” os espectadores remonta à E3 de 2016, quando Resident Evil 7: Biohazard foi anunciado com um trailer misterioso que, inicialmente, não parecia ter relação alguma com os jogos anteriores — o título só era revelado nos segundos finais. Na E3 de 2018, o anúncio do remake de Resident Evil 2 também surpreendeu: durante cerca de um minuto, acompanhamos um rato procurando comida, enquanto dois humanos brigam ao fundo, até que o animal é esmagado — revelando, então, Leon em cena.
Acredito que essa tradição revela muito sobre a confiança da Capcom em seus projetos — e ela tem se mostrado bastante acertada. Os lançamentos de Resident Evil 7 e Monster Hunter World, em 2017 e 2018 respectivamente, marcaram o início de uma fase extremamente bem-sucedida para a empresa. Desde então, ela praticamente não errou (vamos relevar o remake de Resident Evil 3, afinal, foi terceirizado — e esse tipo de erro a Capcom não repetiu).
Agora, com o anúncio do nono título principal da franquia, Resident Evil: Requiem, vemos uma Capcom destemida em revisitar as origens da série, mostrando uma Raccoon City destruída por uma bomba atômica — talvez o cenário principal do jogo? A personagem em destaque no trailer é Grace Ashcroft, agente do FBI e filha de Alicia Ashcroft, uma das personagens jogáveis de Resident Evil: Outbreak 2. O vídeo tem cerca de 3 minutos e meio e levanta mais perguntas do que respostas sobre o novo capítulo da saga.
O que me preocupa, no entanto, é o discurso em torno do escopo do projeto. Estima-se que o jogo esteja em desenvolvimento desde o fim da produção de Resident Evil 7, por volta de 2018 — o que significa oito anos de produção até seu lançamento.

Na página oficial do jogo na Steam, lemos frases como “A evolução tecnológica...” e “Uma nova era do Survival Horror começa em 2026”, o que infelizmente me remete a traumas da grandiosidade (e desastre) de Resident Evil 6. Claro, considerando o longo tempo de desenvolvimento, é provável que o jogo seja realmente ambicioso. E o fato de a Capcom ter feito essa brincadeira no anúncio durante o Summer Game Fest mostra confiança no que está por vir. Mas, como já diz o ditado: quanto maior o escopo, maior pode ser a queda.
Como fã, já caí nessa armadilha antes — e torço para não reviver os flashbacks de guerra que tive em 2012 com Resident Evil 6.
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