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O decepcionante The Game Awards 2025

TGA 2025 oferece pouca surpresa e muita obviedade


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Na noite do dia 11 de dezembro, rolou mais um The Game Awards (TGA), o evento e a premiação mais comercial da indústria. Geoff Keighley, idealizador e apresentador, deixa claro que todo o show é uma noite de celebração e comemoração dos jogadores e daqueles que fazem os jogos.


Infelizmente, por seu lado extremamente comercial, essa celebração acaba deixando de lado problemas crescentes e cada vez mais comuns enfrentados pelos trabalhadores da indústria. 2025 foi mais um ano marcado por fechamentos de estúdios e, consequentemente, demissões em massa e nada disso sequer foi citado durante o evento.


Mas, em um espaço em que três minutos de trailer valem cerca de um milhão de dólares, é complicado abrir espaço para os trabalhadores e suas demandas.


Premiação


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A premiação foi exatamente aquilo que todos imaginavam. Após o anúncio dos indicados em novembro, uma coisa era certa: Clair Obscur: Expedition 33 faria a limpa... e foi exatamente o que aconteceu. O jogo da Sandfall conquistou 9 das 12 indicações em que concorreu, sendo que três delas estavam na mesma categoria, a de melhor performance.


E que fique claro: não estou contestando as vitórias do jogo. Para mim, era exatamente isso que deveria ter acontecido. Até mesmo nas categorias mais polêmicas, como Jogo Indie e Jogo de Estreia de Estúdio Indie — ambas vencidas por Clair Obscur —, as vitórias são justificáveis, já que a premiação não estabelece critérios claros sobre quem pode ou não competir nelas.


Mas justamente por ser tudo tão óbvio é que a premiação acabou se tornando decepcionante. Em nenhum momento houve dúvida ou expectativa por uma surpresa. Se Clair Obscur estava indicado, o prêmio estava garantido.


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Além da premiação, o evento também trouxe uma grande quantidade de anúncios de jogos. Neste ano, tivemos mais atualizações e novos trailers de títulos já anunciados do que revelações inéditas. Para piorar, os vazamentos que ocorreram dias antes acabaram estragando boa parte das “surpresas”.


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Destaco aqui a revelação "nada esperada” de Leon em Resident Evil: Requiem. Acredito que o equilíbrio entre uma campanha mais focada no terror, com a Grace, e momentos de ação com Leon deve agradar aos fãs da franquia e contribuir para um ritmo mais interessante do jogo. O lançamento está previsto para 27 de fevereiro de 2026.


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Control Resonant, outro jogo que havia vazado semanas antes, finalmente teve seu trailer divulgado. Trata-se da continuação do jogo de 2019 da Remedy, e desta vez controlamos Dylan, irmão de Jesse, em uma Manhattan “esquisita”. Outro destaque é a mudança no gameplay, que deixa de ser um shooter em terceira pessoa para se tornar um RPG de ação. O lançamento está previsto para 2026.


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Divinity, franquia da Larian conhecida por seus nomes confusos, era responsável pela misteriosa estátua no deserto que gerou teorias por semanas antes do evento. O mistério foi resolvido dias antes da premiação, por meio de um site de patentes. Em um trailer com direção de arte espetacular, o estúdio de Baldur’s Gate 3 promete um RPG ainda mais ambicioso e felizmente, ainda sem data definida.


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Apesar dos vazamentos, algumas surpresas realmente aconteceram, como o anúncio de um novo Mega Man, com o subtítulo Dual Override. A franquia da Capcom, que muitos acreditavam estar abandonada, ganhará um novo título, aparentemente seguindo o estilo da série clássica. Em um primeiro momento, achei o visual muito próximo ao de Mega Man 11, mas ao comparar imagens ficou claro que o novo design é mais cartunesco e menos sóbrio, algo que me agradou bastante. O lançamento está previsto para 2027.


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Depois de deixar a RGG Studio, finalmente vimos o primeiro jogo do novo estúdio de Toshihiro Nagoshi, Gang of Dragon. Durante o trailer, tive sentimentos mistos: ao mesmo tempo em que fiquei impressionado com a qualidade gráfica apresentada, também me senti confuso com o quão próximo ele é, tematicamente, da série Yakuza. Quando Nagoshi saiu da Sega, especulava-se que ele estivesse cansado de fazer “o mesmo jogo” por décadas — aparentemente, não era bem o caso. O título conta com o ator Ma Dong-seok e é ambientado em Kabukicho, no submundo da Yakuza. O trailer apresenta uma narrativa um pouco mais séria do que a franquia Yakuza/Like a Dragon.


De forma alguma considero que o evento tenha sido ruim, mas ele não conseguiu me empolgar. Talvez isso seja um efeito colateral de cobrir a indústria e conviver diariamente com vazamentos na timeline. Já em relação à premiação, acredito que seja urgente o estabelecimento de regras mais claras para as categorias.

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